NA HORA DE PÔR EU PONHO (I)

Pisei na rua era por volta das 20h, pouco movimento, ainda indecisa se valia o esforço. Pirocos por todo lado, quase que de travesti só eu, sábado de Carnaval bem isso. Tentava me convencer dq valia a pena, mas mal pisei na rua e quase de cara já voltei pra trás. Em menos de uma hora, fui mordida duas vezes no rosto por uma maricona baforenta asquerosa vestindo samba-canção (o mau hálito dela impregnou no meu rosto e só saiu qdo esfreguei álcool em gel, os olhos ardendo de raiva, a mordida doendo, a marca ali nítida), aqueles trocentos carros passando sem nem se dignarem a responder meus ois, meus olhares, euzinha me sentindo um lixo, e aí vem um lixo mesmo desses escrotões me perguntar se eu vendia pó, desgostoso por eu dizer que não faço a ativa e nem gozo e nem cheiro e nem trafico, “vou dar uma volta, qqr coisa eu volto”… vcs imaginam minha cara dps de uma hora aguentando, não? Pois é. Foi então que me apareceu um cliente, o primeiro, carrão 4×4 branco todo equipado nas parafernálias, omicis xis decerto cagando dinheiro, o mesmo quarentão pançudo peludo calvo barba por fazer que sempre me aparece cada vez com uma cara nova. A única pergunta que fez foi se eu beijava: beijo sim, ô se beijo, e beijo, viu? Gostou da resposta e já foi logo abrindo a portona, eu me acomodando, pra só então combinarmos o 30 no estacionamento. E lá fomos nós.

Antes mesmo de tirar a roupa, ele já veio beijando — escovar os dentes pra quê, né? Todos os que quiseram minha boca até hoje não se preocuparam, eu tendo que fingir tudo normal (trago até um listerine portátil na bolsa por consideração, e eles nada). Barba me ralando toda, beijo até que minimamente bom, encaixadinho, o mau hálito se dissipando aos poucos no contato íntimo com a minha saliva. Ficamos ali um bom tempo, até que ele resolveu botar a neca em jogo, mas sem abrir mão do beijo, eu tendo que orquestrar movimentos do boca-a-boca com aqueles do mão-na-neca. Hora do oral, peguei de pronto a camisinha e, qdo fui tentei abrir ele, ele tirou da minha mão e “não, não, faz sem, é só oral”. Perguntei se ele tinha noção dq estava querendo q eu me arriscasse a pegar uma doença por 30 reais. “Mas eu não tenho doença, vc é a primeira que eu saio… tou até achando que vc é mulher, viu? Vc é a primeira com quem saio, tenho doença, não”. Piroco. O lixo tentou primeiro afagar meu ego dizendo que eu até pareço mulher (cis subentenda-se), oq além de ser uma cantada escrota serviria tb pra tentar me convencer a correr risco idiota… pra completar, ainda quis me levar a confiar nele dizendo que jamais saiu com travesti antes, como se fôssemos nós as transmissoras de doença e não esses lixos, como se já nascêssemos com doença e estivéssemos louquinhas pra passar pra frente! “Eu te chupo sem também”. Meu bem, não vai rolar sem. Vcs me entendem?

Bom, sabem oq rolou? Ele, todo fortão no seu corpanzil gigantesco, agarrou minha cabeça e levou no muque até a neca, “pedindo” pra eu chupar um pouquinho só: “pô, na hora de pôr, eu ponho!” Vcs não sabem meu desespero. Se eu tivesse recebido antecipado (e não sei pq não o fiz), teria me desvencilhado e saído correndo… mas o medo de não fazer nem a diária naquela noite fria e pouco movimentada me levou a aguentar firme, me levou inclusive a mais doq isso, ceder: acabei deixando o lixo botar a neca na minha boca, uns segundinhos apenas mas deixei, enquanto em paralelo eu ia abrindo a camisinha. Me solto então da mão dele, paro imediatamente o oral, volto a beijá-lo e junto a isso vou tentando encaixar a camisinha, ele broxando só de chegar ela perto. Em neca crescente, com a ajuda da boca, até dá pra tentar, mas nas diminuentes não tem nem jeito. Volto então pra mão, mão em paralelo ao beijo, vendo se conseguia fazê-lo gozar, ish!, longe disso.

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