E SE EU FOSSE PUTA: MORDIDA DE ÓDIO

Vcs devem achar que eu exagero, só pode, mas, ai, bom, vamos lá. Dps da crise q tive em relação aos lixos, finalmente me permiti voltar à batalha… o resultado, como só poderia ter sido, foi catastrófico. Gosto de trabalhar à noite, nada de pôr a cara no sol, então pisei as passarelas era mais de 20h, aquela penumbra, friozinho, quase ninguém na rua, zona esvaziada por conta do Carnaval, da ameaça de chuva. Carros passavam por mim sem nem me olhar na cara, a maioria fingia que eu não existia, acelerava qdo eu fazia sinal. Não sei se é pior isso ou os que param só pra enrolar, pra encher a paciência, e ontem foi dia das duas coisas: mal qdo os lixos me ignoravam, pior, ou pelo menos igual, qdo se permitiam parar. Veio um ali elogiando eu ser carinhosa, mas que não gostou nadinha de eu não ser ativa e muito menos gozar (gente, os hormônios não deixam!), por fim perguntando se ao menos eu curtia pó, sabia onde arrumar — justo eu, das mais caretas. O cara nojento, todo suado na motoquinha, “ah então vou dar uma volta e qqr coisa eu volto”. A coisa devia ser igual táxi, vc tem que sair com a primeira que estiver lá, não interessa oq procura. A rua estimula um clima terrível de competição entre as que lá estão, todas achando que o cliente não parou pq a outra tem mais corpo, cabelo, é bunduda, tem peitão, prato cheio pra se sentirem necessitadas de retoques urgentes no silicone industrial, pra apressarem a colocação duma prótese, fazerem mil gastos no salão e clínicas de beleza, irem atrás de roupas, maquiagens. Ontem me recomendaram escova, roupinhas mais apropriadas, e cadê sua maquiagem, bixa? Mas se eu fizer isso, ó céus, qto mais não terei que ralar pra recuperar o investimento? Já tá duro fazer oq faço, imagina a pressão de ter que fazer ainda mais pra ter um lucrinho chinfrim que seja. Fora que não me animo nadinha de ficar lindonilda pros lixos e conas, tudo oq me anda surgindo lá na zona: se quiserem, vai ser assim, pronto falei. Cadê os ocós lindos que me tratavam a pão de ló lá no começo? Será que foi sorte, será que fui eu mesma não percebendo, na excitação da estreia, que eles eram escrotos iguais?

Ontem foi um desses dias doídos, literalmente. Um velho me parou no calhambeque dele, parecia de samba-canção, aqueles pelões cinzentos no braço, feiorrendo, asqueroso no trato. Queria completo, podia até ser os 40 no quarto, ficou ali me enrolando uma cara, até que esticou o braço, pegou minha cabeça e puxou na direção dele, como se quisesse me beijar… eu deixei, mesmo sentindo o bafinho dele gritar lá de longe. Pois é, parecia querer beijar, mas sabem oq ele me fez? Ele me deu uma mordida na bochecha, doída, deixou marca! “Gosta de mordida? Quero te morder toda!” “Mordida assim não, tem que ser de leve…” Eu queria era xingar o infeliz, meter um soco na cara dele, mas fingi q aquilo não tinha me ofendido profundamente. E novamente ele pegou minha cabeça e puxou, eu resistindo da maneira que dava, e lá vai ele tascar mais uma mordida escrota na minha bochecha, em outro ponto. Dessa vez ele percebeu que eu fiquei irritada, não deu mais pra esconder, aí ele disse q só ia ali estacionar o carro e voltar pra gente ir no quarto. Acelerou e lógico que não vi mais a cara do maldito.

Sabem oq é pior? Qdo contei pra uma amiga oq houve, ela me disse que é normal, que uma vez um deles mordeu o bumbum dela tão forte, e aí o silicone que ela tem lá doeu tanto que ela não conseguiu mais trabalhar aquele dia, aí outra vez um cara mordeu o queixo dela com tanta força, que ela tb teve que suspender as atividades… e por fim o caso de uma amiga nossa que teve a neca (!!!!) mordida por um lixo! Eu não sei oq faria, um soco bem dado na zoreia era o mínimo, pra deixar surdo o infeliz. Pois é, gente, tou precisada urgente dum serviço psicológico pra não fazer mais de pinico o ouvido de vcs.

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